Perfil: Jacira Castanharo, formada no curso de Química
Ex-aluna é professora na UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Jacira Aparecida Castanharo foi estudante do curso de Química Industrial da Fundação Educacional do Munícipio de Assis – Fema entre 2003 e 2006. Hoje, mora e trabalha no Rio de Janeiro, onde é professora na UERJ.
Em entrevista, Castanharo compartilha seu atual momento profissional, fala sobre os desafios de quem está chegando agora no mercado de trabalho e ainda conta a importância da Fema na sua formação, que, aliás, foi paga com recursos do Fies, o Programa de Financiamento Estudantil.
Onde trabalha atualmente? Qual função no seu trabalho?
Sou professora adjunta do Departamento de Processos Químicos no Instituto de Química na UERJ, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no campus Maracanã. Ministro aulas de Química Geral e Química Tecnológica para as turmas de Engenharia (mecânica, civil, cartográfica, produção e elétrica) da Instituição. Sou responsável pela monitoria dos alunos nessas disciplinas também. Além disso, estou preparando uma linha de pesquisa para me credenciar ao programa de pós-graduação. Também sou colaboradora nas pesquisas do Laboratório de Química de Polímeros.
De que forma o curso de Química da Fema projetou sua carreira?
Posso dizer com certeza que a minha carreira começou na Fema. As aulas da professora Mary Leiva de Faria, atual coordenadora da graduação, foram cruciais para eu decidir a área de pós-graduação. Fui para Polímeros porque sabia que a orgânica estaria presente. Fiz o possível para ser uma boa aluna, pois na graduação eu já sabia que queria fazer pós, então eu pensava que um bom histórico escolar me ajudaria muito no futuro. O curso da Fema te dá a oportunidade de escolher se quer lecionar ou se quer trabalhar em bancada. Isso é uma vantagem, pois você tem mais de uma opção de mercado de trabalho. Tive a oportunidade de trabalhar nos dois, mas o carisma pela educação falou mais alto.
Você participou do PIC, o Programa de Iniciação Científica?
Não participei por causa do trabalho. Mas olhando para o caminho que eu escolhi, se tivesse feito, com certeza teria sido mais fácil para mim, pois a iniciação científica ajuda muito no despertar da pesquisa.
Você conseguiu atuar na sua área assim que terminou a graduação?
Na licenciatura sim, no bacharel demorou um ano e meio, mas porque o que me foi oferecido na época não foi bom. Não sei como está agora o setor sucroalcooleiro na região de Assis, porque já faz oito anos que me mudei para o Rio de Janeiro, mas, para mim, naquela época não agradou. Eu já trabalhava desde os 14 anos na área administrativa. A proposta era para ganhar menos do que eu ganhava no meu trabalho, sem finais de semana. Se eu podia dar aula, gostava disso e ganhava além do meu salário, optei por lecionar.
Como você vê o mercado de trabalho atualmente? Mesmo com a crise econômica há espaço para novos profissionais?
Para mim, o mercado de trabalho para os químicos tem campo, desde a área alimentícia até a petroquímica. Só temos que nos lançar, já que nem tudo está em Assis. Na minha área, posso dizer que tem concursos, há instituições privadas que buscam professores com qualificação e há demanda pela educação no Ensino Médio, só que vezes não é próximo de casa, por isso, repito, temos que nos lançar.
Que tipo de oportunidade os formandos em Química podem ter assim que terminarem a graduação em Assis e região?
Não moro mais em Assis, mas em contato com os amigos de faculdade notei que alguns também saíram da cidade, e outros trabalham em Assis. Todos estão bem, então o que posso dizer é se você tem a certeza de que é isso que você quer, você será um bom profissional e bem-sucedido em qualquer lugar, pois você faz o que gosta e ainda ganha para isso.
Qual o conselho daria para os futuros profissionais?
Quem vai responder isso agora é a Jacira enquanto professora: disciplina!! Mas digo isso porque quando você a tem sempre será um bom aluno, um bom profissional, um bom filho, um bom pai ou uma boa mãe. Hoje o mercado quer o responsável, o participativo que não falta. A chance de se obter o resultado com alguém disciplinado é muito maior. E algo muito importante, na maioria dos casos não é o primeiro emprego que vai te dar sucesso. Por isso, outro conselho: tenham humildade. Todos temos o que aprender onde estamos independentemente da hierarquia. Às vezes um técnico que já faz o trabalho a 20 anos sabe mais sobre o procedimento a executar. E por último: não tenham medo de se lançar no mercado. Se não era nisso ainda que você queria trabalhar aprenda o máximo que puder aí e não desista de alcançar seu objetivo. Todos precisamos de um plano A e um plano B. Ou seja, o A é o que almejo, o B é o por enquanto, sem desistir de A. Eu demorei seis anos para chegar no meu plano A e hoje digo com certeza que faço o que amo.
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